domingo, 11 de maio de 2014

não gosto de apertos

Não sou complicada. Não sou. Sou esclarecida e quando não sou, não sou nada, nem complicada, nem descomplicada, nem interessada, nem interessante.

Procuro respostas: nem sempre têm de vir em formato palavra. As que gosto mais são precisamente as que não chegam assim.

Mas aprendi que quando as respostas não chegam, não vale a pena fingir que não nos interessam. Há que procurá-las antes que não seja preciso fingir mais desinteresse porque o interesse terminou mesmo, e que me resigne à falta delas como dado inalterável, e depois daí não saio, daí ninguém me tira.

Se achasse que não valia a pena, não ia procurar a resposta. Mas vou. Depois decido, aliás, espero decidir em conjunto.







segunda-feira, 5 de maio de 2014

would you lie with me and just forget the world?

Já não há gente romântica. Morrem todos de medo.
Não ser romântico, não significa que se goste menos: só que se expressa menos ou até que não se sabe ser romântico e ponto.

Não há mal nenhum em ser um doido romântico. Pelo contrário, acho que só quem não tem medo de se expressar, o consegue ser. E quem não tem tanto medo da sua expressão, será certamente mais feliz. E eu admiro gente que não tem medo de dizer o que pensa, quanto mais o que sente.

Não há nada mais atraente do que um homem romântico. (Se eles soubessem disso... iam aumentar o índice de engates, as mulheres derretem-se... alguns andam tão distraídos!)

Acho que as pessoas não são mais românticas porque controlam o que lhes apetece fazer, pensam que não é ajustado, têm medo da reacção do outro, acham ridículo. Mas, esperem, o amor não é é ridículo? Ter uma espécie de elástico nas bochechas que nos puxa os lábios e estica  um sorriso idiota sempre que falamos de quem gostamos não é ridículo? Mas há coisa mais bonita? Oh por favor! :)

Bem, eu sou romântica. Sou estupidamente romântica. Queria ser mais romântica ainda mas sou estupidamente indecisa.

Romantismo não significa que fiquemos cegos, quem não é romântico pode estar cego de amor. Ser romântico é uma espécie de linguagem.

É possível que muitos confundam romantismo com dependência ou paixão a mais. Mas isso não tem nada a ver. Alguém que fica um dia inteiro em stress e não passa o dia a trocar recadinhos com a cara-metade pode ser romântico. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

O amor vive da linguagem com que se fala. O amor não nasce um dia e fica ali sentado o resto dos tempos à espera de ver o que se passa, a contar os carros e a ouvir as conversas perto da máquina de café. Hey! O amor (esse amigo do peito) precisa de ser alimentado, precisa de sentir borboletas, precisa de arrepios na nuca, precisa de abraços de manhã, de beijos sem perspectiva de outro fim que não seja no chão da sala.

OMG. Quero isto tudo. Alguém me mande a receita, por favor.

Muito grata.
(agora cala-te e trabalha)






quarta-feira, 16 de abril de 2014

Mais um ano, e que ano que foi, I am ready. Cenas de uma manhã de mau feitio.

Já não escrevia aqui há algum tempo. Já estava a ficar com saudades.

Os dias têm corrido loucos.

Tantas novidades?! Algumas :) tenho mais um ano entretanto, o que é sempre uma óptima novidade. Adoro fazer anos, celebração, sorrisos, amigos, abraços, felicidade que é o que queremos.

Daqui a uns dias vou à minha terrinha, sinto falta da minha gente, da minha casa, da minha terra de rijos.

Com mais um ano, chega a altura de fazer o balanço daquele que passou. Os 28 anos foram até agora "os anos" da minha vida. Acho que cresci mais o ano passado do que nos 27 anteriores (que exagero!!!).

O ano de Londres alones, das conquistas, das decisões, de sair da zona de conforto, de largar o que conhecemos do amor apenas em busca de melhor, sem saber se há melhor. O ano em que voltei à loucura deste escritório e em que sinto que tenho TANTO para aprender. E para acabar o ano, quieta que estava eu, veio alguém que me desencaminhou. Ou será que fui eu que o desencaminhei? it doesn't matter. Foi já no final dos 28 que eu  não quis saber e fui, fui de corpo e senti no corpo o que não tinha sentido antes.

O que virá agora com 29?

Que venha o amadurecer destas experiências, que venha a curiosidade por coisas novas, que a paixão se mantenha, que a minha família seja feliz, que os amigos estejam sempre aqui,  que o começar de uma vida de "ser crescida", por favor, me mantenha as gargalhadas. Eu aguento tudo, menos um dia sem rir.

Estou preparada, então.

Também estou preparada para treinar a minha paciência mas acho que vou precisar de alguma ajuda nisto. História da minha manhã: acordei bem disposta como, diga-se, quase sempre acordo (com a graça do Senhor!) e vim para o office (diz q há coisas melhores, mas teve de ser assim!), café, música, e mandei uma música para o miúdo (falei-vos dele há uns tempos, o sr do "ah vontade", atirei-me para os braços dele, pronto, já se deve ter percebido). Uma música gira! pelo menos eu achei... e lá fui eu ver o fb, ontem mal o abri... eis se não quando vejo algo que não gostei nada (relacionado com o miúdo) e vai daí vieram-me logo os azeites.

Tá-se beeeeeeeem!! Sei lá se tem algum mal ou não, mas não gostei e contra isso não se pode fazer nada. Eu não controlo o que o meu coração gosta ou não gosta à partida, o máximo de que posso ter consciência é de que com algum tempo vou olhar para as coisas de outra forma. Estou a esperar.

Não sou nada criança nestas coisas, pelo contrário, eu até sou muito parecida com os homens nisso: keep calm. Mas há coisas de que não gosto e pronto, e não estou para não gostar de muitas coisas. Se não gostar é porque não é por aí o meu percurso imediato. Dores no coração? Não obrigada. Vou ao gym para evitar ataques cardíacos, acabei um relacionamento de quase 8 anos que me ia acabando com esse motor. E envolvi-me com alguém quase tão doido como eu, se há coisa q eu sou é corajosa.

Eu dou tudo: Mel. Mas não tenho meio termo: ferro.

Estou a gostar tanto de ser mel, não queria sair disso mas o que tiver de ser será; não quero batalhar com os meus "não gostos", até porque a minha cabeça perde sempre essa luta e raramente consegue apagar "não gostos" do coração.





segunda-feira, 31 de março de 2014

Vou ali e já venho

Era o que me apetecia fazer agora, ir até ali num pé e não voltar tão cedo.

Reclamo muito mesmo mas nunca me recuso a nada, adoro o que faço e para mim não faria sentido viver de outra forma mas saber sair da bolha às vezes faz parte de manter a saúde mental. Preciso de férias.

Férias que não vão ocorrer tão cedo.

O que eu preciso afinal é de um mojito. "À segunda-feira?" Perguntam vocês... Sim, à segunda-feira, não dizem que é o dia mais difícil da semana? Então é por isso mesmo que eu preciso dele.

E já agora uma massagem também dava jeito porque sou tão pouco exagerada que me rebentei no gym e hoje mal consigo andar.

Do que é que preciso mais? Hmmm ... (de férias! ah mas isso já disse) também precisava de alguém para me engomar a roupa.  Se der para ser alguém que engome a roupa e me faça a massagem, meça um 1,85 e tenha uns bíceps trabalhados para me carregar os sacos das compras (claro!) também serve.


 

quarta-feira, 26 de março de 2014

Estranhezas à la Marta Maria

Não faço ideia o que se tem passado comigo nos últimos dias. Sinto-me a pairar e até gosto porque de certa forma sou uma miúda de emoções mas calmex#. Porque é que eu ando a mil?

Pois bem, diria que ando a mil porque (i) ando cheia de trabalho, (ii) porque me sinto menos concentrada do que o habitual, (iii) porque não páro em casa mais do que para dormir (às vezes) e (iv)  porque conheci alguém que em vez de me travar, me acelera mais (e a culpa não é dele, é minha que não sei o que ando a fazer!!!).

Ora, hoje que parei para pensar, o que é que se deu? Estou toda confusa desta cabeça, eu não controlei nada do que fiz nas últimas 2 semanas, fiz e pronto. E agora? Agora não sei onde é que estou. E aí sim se liga o complicómetro.

Em bom da verdade, eu sou uma pessoa que vai, que se deixa levar e corre e faz trinta por uma linha nesta vida louca, mas (lá está!) não vai sem pensar. Isto não significa que a pessoa não vá sabendo que vai temporariamente e que pode voltar ou não voltar, ou voltar toda partida com uma sova que tenha apanhado, mas a decisão de ir, independentemente das circunstâncias, tem de existir num determinado momento. O problema é que eu não tomei ainda nenhuma decisão e só agora é que percebi.

Não é todos os dias que se tropeça literalmente em alguém especial. Eu não estava à procura de nada, aliás, estava tudo menos à procura, evitei várias vezes esses meandros da vida nos últimos tempos... Se é bom ter alguém assim por perto? Sim, é para lá de espectacular (agora que penso nisso, se calhar até consigo referir alguns dos motivos pelos quais ando a pairar - ui!) mas vamos por partes: eu tenho de pensar porque isto não é assim.

Passei-me desta cabeça, consigo passar-me muito mais, consigo andar passada o resto da vida...todos os dias, todas as noites, mas calmex#, tenho de pensar.

E ele? Não faço a mais pequena ideia do que vai naquela cabeça mas tenho a sensação de que se não é como eu, é capaz de ser pior. Por isso, minhas amigas, vou ver se penso.




terça-feira, 25 de março de 2014

Quase dois milhões de portugueses vivem em risco de pobreza

Confesso que antes era uma pessoa mais interventiva, o trabalho e as preocupações desmesuradas que esta vida a chegar aos 30 me traz deixa-me muitas vezes pouco tempo e, também confesso, às vezes, pouca vontade para sequer ler o jornal e as tragédias que os políticos Portugueses protagonizam.

Mas esta notícia não é sobre política, é sobre a ausência dela. É sobre como estão a viver os Portugueses: mal.

Toda a gente sabe que o risco num investimento apenas deve ser assumido quando é calculado e antecipada a  perda máxima a assumir, já num contrato o risco é geralmente repartido entre as partes ou,em muitos casos, a parte com maior capacidade para o suportar  vai acabar por  fazê-lo, sem, contudo, deixar de ser de alguma forma beneficiado por tal.

O risco é um risco e é analisado, discutido, pensado, repensado, negociado, enquadrado, estabilizado e só depois assumido.

Viver em risco de pobreza não é viver. Esta não é uma frase feita. Esqueçamos os números, falamos de pessoas (caramba!!). A estabilidade na vida de uma criança é essencial para que a mesma possa ser educada e sentir o conforto necessário para sonhar e criar.

Como é que se explica a uma criança que hoje pode ter algo mas que amanhã a mãe já não sabe se tem dinheiro para lhe comprar um livro porque, apesar de não ter feito nada para perder o emprego, pode vir a perdê-lo de um dia para o outro sem saber como justificar a uma criança, que hoje estão a morar numa casa mas se para o mês que vem o pai não conseguir assegurar as horas de trabalho, vão ter de ir viver para outro sítio. Não se educam crianças assim, os nossos homens e mulheres de amanhã vão ser quem?

Eu digo: daqui 20 anos vamos encontrar na nossa sociedade o reflexo do que se vê hoje nos miúdos de 6 a 10 anos.

Hoje o fosso nota-se na diferença entre os betinhas da blusa azul e meias até ao joelho com ganchinho ao lado e saia xadrez e aqueles cujos ténis do irmão mais velho estão apertados e já mal entram mas como são da Nike (quando a mãe ainda conseguia comprar) vai continuar a querer usá-los até o dedo maior os romper de vez.

Amanhã a diferença será entre a falta de qualificações de uma geração que ficou refém dos recibos verdes e da governação de uma troika que não conhece o nosso país. Mas pior, de um conjunto de adultos que nada fez para assegurar a continuidade de uma educação digna e condições de vida estáveis a quem ambiciona tão pouco quanto aquilo que são, afinal, os seus direitos.

Apesar de a inteligência não nasce no berço, contudo, não tenhamos ilusões, a betinha do S. João de Brito vai sempre ter mais oportunidades do que o miúdo da EB 2 3 de Moscavide. E até aí não vinha mal nenhum ao mundo porque existia uma certa estabilidade no miudo comum da escola de Moscavide cujos pais sabiam mais ou menos com o que contar. A diferença está a partir daqui: a corda bamba em que Portugal vive, sem respostas, sem objectivos e com pouca visão.

O que é o risco hoje, pode ser a certeza amanhã. A certeza das oportunidades que se perderam porque havia risco, os planos que não se concretizaram porque o risco era muito elevado, os sonhos que nem se sonharam porque o risco não permitiu a ousadia.

Neste risco não está apenas a pobreza que pode levar os mais pobres a não terem pão na mesa, existe toda uma classe média estagnada e com medo de dar passos em frente.

A política não mora apenas na AR, nos documentos e relatórios, mora na casa das pessoas, nos empregos, nas escolas, nos jovens que não partiram e acreditam neste país. Vamos.